terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O lugar perfeito



Silencioso, aconchegante, um lugar lindo, se via todo o nascer do sol de lá. Lá era onde eu estava, numa manhã sem dormir, sentada do lado de uma árvore olhando para o imenso lago que havia perto dali e o nascer do sol lindo e cheio de cores. Não havia dormido aquela noite, não me sentia bem nem com vontade de me deitar e fechar os olhos. Senti vontade de paz, de serenidade, na primeira coisa que pensei foi ir na árvore onde passo a maioria do meu tempo, escrevendo, lendo, conversando com as nuvens e as vezes até dando um cochilo. Lá era onde eu me encontrava, onde eu realmente tinha a paz de que tanto precisava, onde o vento batia no meu rosto com tanta delicadeza e tanta gentileza que era gostoso de sentir, onde as folhas da árvore caia e não dava tempo de alcançar no chão pois o vento logo as levantavam e faziam voar. O lugar perfeitamente perfeito, silencioso, onde se deitava a cabeça na grama verde e pura, se sonhava, na verdade se vivia o sonho. As tardes, noites ou manhãs passam tão devagar mas tão belas, naquela manhã tão linda, me deitei com tanta lerdeza na grama verde, encostei a cabeça em uma das raízes da árvore e fechei os olhos sem dormir, abri a mente e comecei a sonhar acordada, não sei bem se fechei os olhos e dormi ou se estava só imaginando mas parecia mais um sonho.
Eu estava sentada naquele mesmo lugar, chegou alguém mas não conseguir ver direito, só via a sombra escura pois o sol estava fazendo reflexo ali, esse alguém que pela sombra era um homem, se sentou ao meu lado e ficou olhando o lago, e eu sem dar muita bola olhei para a mesma direção ele virou o rosto e minha direção levantou-se deu a volta e sentou do meu outro lado. Foi então que consegui enxergar a face dele, era como um sonho, cabelo curto meio espetado para cima escuro, olhos azuis como a água, corpo encantador e o sorriso sem explicação era perfeito só de olha ficava-se louca. Ele me olhou e disse oi. Eu meia boba com sua tamanha beleza respondi com um outro oi. Foi então que me veio na lembrança de que eu já o conhecia, sim, eu o conhecia do lugar mais lindos do universo, da cabana onde eu ia para estudar, uma vez o encontrei lá estudando também e foi quando ele naquele dia me olhou todo o instante que eu estudava. Mas tudo se acertou depois que me lembrei dele.
Depois de termos conversado em baixo da árvore, me disse seu nome que era lindo quanto ele. Benjamin. Ele se levanto e saiu. Não me preocupei pois estava tão feliz que só olhava para beleza do sol escondido entre as nuvens. Ele voltou com duas maçãs nas mãos, me entregou uma e comeu a outra enquanto eu só o contemplava. Depois de comer toda maçã, ele se aproximou de mim, lançou um dos braços sobre meus ombros me deu uma puxadinha de leve e me lascou um beijo doce de maçã e carinhoso de tão devagar que era. Se afastamos devagar e por poucos segundos que pareciam o infinito ficamos nos olhando. E falou que me amava, e sem pensar retribui o eu te amo, fomos para mais perto da árvore onde pudéssemos nos encostar, ele me abraçou e eu me abracei na barriga dele. E adormeci.
Foi quando acordei com um susto desse meu sonho tão encantador e sereno. Mas de repente escuto barulhos e passos vindos de trás da árvore, quando me curvo para olhar, era ele, Benjamin. Estava dando pulos para pegar mais maçãs para quando acordasse. Virou-se e veio para meu lado, sentou e meu deu mais um de seu beijo doce  de maçã. Acho que enquanto eu dormia de manhã ele chegou e me viu lá, e eu por coincidência sonhei com ele, acordei vendo ele e vi que tudo era como eu queria que fosse, a pessoa perfeita do meu lado, Benjamin, com o céu perfeito, a grama perfeita. E foi ai que eu chamei aquele lugar de  lugar perfeito, pois tudo era realmente perfeitamente perfeito. O dia perfeito.